A lágrima tem a função de lubrificar e nutrir a superfície ocular, colaborando na captação de oxigênio do ar para a córnea, além de ter papel importante na regeneração de lesões nos olhos e proteger da ação de bactérias e partículas de poeira. A falta dela pode causar uma doença crônica chamada síndrome do olho seco, que ocorre quando há diminuição ou má qualidade na composição da lágrima. Os sintomas do olho seco são: ardor, irritação, sensação de areia nos olhos, dificuldade para ficar em lugares com ar condicionado ou em frente do computador e olhos embaçados ao final do dia.
A exposição em excesso à TV, computador, poluição, medicamentos (anti-histamínicos, anti-hipertensivos e antidepressivos), uso incorreto de lentes de contato, trauma (queimaduras térmica e química), doenças reumatológicas e outras doenças do sistema imunológico (Penfigoide, síndrome de Stevens-Johnson) também são relacionadas como causas da doença, que atinge quase 20 milhões de pessoas no Brasil.
“Noventa por cento dos casos da síndrome do olho seco podem ser tratados com uso de colírios de lágrima artificial e outros tratamentos clínicos. Porém, em casos mais graves em que não há produção de lágrima, uma das soluções é o transplante da glândula salivar.”
Idade avançada e menopausa também podem estar relacionadas à Síndrome do Olho Seco
- Estudos realizados até agora indicam que 90% dos casos estão ligados à redução natural da produção de lágrimas como consequência do envelhecimento. A prevalência é maior no sexo feminino, e o problema é agravado na menopausa devido às mudanças hormonais.
- Nos Estados Unidos, a doença afeta 3,2 milhões de mulheres a partir da meia-idade (40 anos).
- Estudo realizado por médicos de Boston, nos Estados Unidos, concluiu que mulheres na pós-menopausa que tomaram estrógeno (hormônio feminino) têm 70% a mais de chances de desenvolver a chamada síndrome do olho seco do que as outras que nunca tomaram o hormônio. Entre as que ingeriram estrógeno e progesterona, as chances cresceram 30%.
- Mais de três milhões de mulheres que passaram da menopausa podem estar sofrendo com os sinais de ardor, irritação, sensação de areia nos olhos, dificuldade para ficar em lugares com ar condicionado ou em frente do computador e olhos embaçados ao final do dia.
Fique atento: a lágrima tem grande importância para o olho e para a visão!
A Associação dos Portadores do Olho Seco indica atitudes diárias que os portadores da doença podem adotar:
- No caso de o paciente fazer uso de lágrimas artificiais mais de 4 vezes ao dia, evitar as que contenham conservantes;
- Nos casos mais graves, para dormir, usar pomada lubrificante de vaselina oftálmica sem preservativo para aliviar a secura dos olhos;
- Quando dormir em ambiente com ar-condicionado ou com ventilador, usar máscara sobre os olhos para protegê-los.
Qual o tratamento indicado para pessoas com olho seco?
Basicamente, é feito tratamento dos sintomas:
- Suplementação da lágrima: lágrimas artificiais para aumentar a umidade da superfície ocular e melhorar a lubrificação. A apresentação pode ser na forma de colírio ou gel;
- Preservação da lágrima: a oclusão temporária ou definitiva dos pontos lacrimais;
- Estimulação da produção da lágrima: alguns medicamentos aumentam o lacrimejamento, mas podem gerar efeitos colaterais que limitam a sua utilização;
- Terapia anti-inflamatória: uso de colírio de corticoide tópico ou de imunomoduladores, com o objetivo de diminuir o efeito do processo imune nas glândulas lacrimais e superfície ocular;
- Ácidos graxos essenciais: a suplementação alimentar com ácidos graxos, na forma de óleo de linhaça ou óleo de peixe, é uma alternativa útil no tratamento de olho seco. Por possuírem ação anti-inflamatória, melhoram a qualidade da porção lipídica da lágrima.
Para evitar a evaporação excessiva da lágrima, medidas como o uso de óculos especiais com proteção lateral, umidificadores de ar e o fechamento adequado dos olhos durante o sono podem ajudar.
Fonte: Revista Veja Bem – Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) (https://www.cbo.net.br/novo/publicacoes/revista_vejabem_09_leitura.pdf
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