Acidente. Só a menção a esta palavra já sugere uma série de situações difíceis, e o que vem à mente é a busca por formas de resolver o problema que começa ali, naquele momento em que as coisas saíram do controle, e que chamamos acidente.
Alguns acidentes são potencialmente previsíveis, e ocorrem por causa daquela tendência que temos de achar que certas coisas (as ruins) só acontecem com os outros. Outros, de fato são impossíveis de prever. Independente da previsibilidade ou não, o fato é que um acidente pode gerar um trauma (que é a alteração da sucessão natural de eventos relativos à saúde, seja física ou mental), e suas consequências podem se dissipar rapidamente, demorar muito a passar, ou mesmo ser irreversíveis.
Chamamos de trauma ocular um acidente de pequena ou grande gravidade que afeta um ou os dois olhos. Assim como outros acidentes, um trauma ocular pode ocorrer em ambientes onde nos sentimos seguros, como em casa, no trabalho ou momentos de lazer, e com pessoas de qualquer idade.
Acidentes de carro têm grande potencial de atingir os olhos. O uso de cinto de segurança é fundamental para evitar uma série de danos. Os traumas oculares em ambiente de trabalho, infelizmente, ainda são muito comuns e geralmente são causados pela falta de uso de equipamento de proteção individual (óculos de proteção ou máscaras). Nos esportes, os traumas acontecem por contato (mão ou cotovelo de outro jogador, em esportes como futebol e basquete), ou por pancadas com bola em esportes como o paintball (por isso é importante usar protetores para a prática deste e de outros esportes).
O trauma que resulta de uma contusão, uma batida ou uma colisão contra o olho é o mais comum e pode gerar desde um simples arranhão na córnea até um descolamento de retina, o desencadeamento de uma catarata precoce ou glaucoma, dependendo da gravidade. Além do contuso, há o perfurante que, ao que o nome remete, consiste no corte ou perfuração do globo ocular por algum corpo estranho, e as queimaduras. Os traumas oculares não perfurantes acontecem nas contusões como em pancadas, socos, entre outros, que embora não provoquem um corte no olho, podem gerar lesões graves como hemorragias, cataratas e descolamento da retina.
Apesar de estar bem protegido dentro do crânio pela órbita e pelas pálpebras e cílios, a estrutura ocular é bastante delicada. Quando uma pessoa sofre um acidente, com trauma ocular, a relação entre os fluidos produzidos pelo olho é alterada. Assim, se há um aumento na produção e uma dificuldade no escoamento desses fluidos, a pressão intraocular aumenta, e há possibilidade de desenvolver glaucoma.
Os sintomas do trauma ocular dependem da parte do olho afetada e da extensão do ferimento. Varia desde apenas sensação de irritação e olho vermelho, até dor e baixa de visão. Qualquer trauma que envolveu o olho deve ser examinado por um oftalmologista, que poderá determinar se o olho foi afetado e que tratamento precisa ser seguido. O tratamento, clínico ou cirúrgico, dependerá das lesões observadas em cada caso.
Fonte: Revista Veja Bem – Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)/Edição 15.
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